segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Fragmentos


Há dias em que nada é certo, tudo não passa de pura imaginação,

Há dias de puras indignações e indagações do próprio ser...

Dias, meses, anos, uma vida de intensidades, intensidade quase surreal...

Amo demais a ponto de devotar-me,

Sofro a ponto de ferir-me a carne e a alma,

Desespero-me e ponto de chorar,

Choro a ponto de transbordar-me,

Sorrio a ponto de desejar congelar o tempo,

Sou uma menina a ponto de ainda brincar nos trilhos do trem,

Sou uma mulher a ponto de emocionar-me ao saber que posso gerar vida,

Apego me a ponto de não querer me despedir,

Penso a ponto de não conseguir adormecer,

Tenho medo a ponto de me paralisar,

Brinco a ponto de voltar a ser criança,

Perco-me a ponto de refazer o caminho,

Imagino a ponto de criar fantasias,

Surpreendo-me a ponto de não saber reagir,

Sonho a ponto de despedaçar-me quando um sonho se destrói,

Tenho fé a ponto de reconstruir-me da ruína da alma,

Creio a ponto de fortalecer-me com palavras de conforto,

Sonho a ponto de ficar feliz com apenas simples fantasias,

Em pensar que podem ser reais, em pensar que as tornarei reais, em fazê-las reais.

E se estou neste mundo com esse meu jeito de ser é porque tenho uma missão a cumprir...

Eu sou e sempre serei assim... Uma eterna sonhadora...



Ana P. Quitério

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pedra Preciosa



Um pesquisador de jóias e pedras preciosas estava viajando, como de costume em busca de algo novo.

Quando resolveu parar e pedir um copo de água em um casebre à beira da estrada.

Bateu à porta e uma mulher vestida com roupas bem surradas lhe atendeu.

Prontamente se dispôs a saciar sua sede.

O homem parado começou observar a pobreza da família e sentiu-se penalizado, pensou em ajudá-los...

Olhou em volta para tentar descobrir o que poderia fazer por eles;

Onde estaria a sua maior dificuldade ou necessidade para que pudesse fazer alguma coisa.

Foi então que algo curioso aconteceu! Pouco mais adiante dele.

Brincando feliz no terreiro, estavam duas crianças sujas de terra dos pés à cabeça e rodando algo que lhes faziam muito feliz:

Uma velha enorme pedra empoeirada... O homem observou aquilo e achou interessante como duas crianças poderiam se

divertir com algo tão peculiar. Mas... Acabou notando que de peculiar ali não tinha nada, aquilo era nada mais nada menos,

que uma enorme pedra preciosa que valia uma fortuna e eles inocentemente estavam jogando-a de um lado para outro no quintal.

Enquanto passavam necessidades que com um pedacinho só daquela pedra poderiam suprir... Aquela família precisava

apenas de alguém que lhes ajudasse a perceber o valor daquilo... E ali estava o homem, agora só dependia deles aceitar ou não, sua ajuda...


Desconheço o autor.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Das almas

Essa ânsia de vomitar a própria alma

Que perturbada parece estar em um cubo,

Quer sair do corpo, quer a liberdade que ainda não tem.

Dois distintos seres disputando cada qual o seu desejo.

Em um a liberdade para voar e em outro o querer ficar...

Este não é o meu lugar, este local não me pertence,

Não nasci para ficar, meu lugar é no alto, nasci para voar...

Essa ânsia de sonhar, de correr, de libertar,

Rompe o cubo que aprisiona esta alma,

Vai a busca do que lhe pertence,

Procura o que lhe falta no anseio de aquietar...

Mas se não queres sucumbir os desejos desta alma,

Então porque não a libertas desta prisão?

Almas com asas não nasceram para ficarem presas ao chão,

Nem tão pouco para estarem a brincar de querer ou não.



Ana P. Quitério