Tenho a face de louca,
Às vezes desbotada, outras, tão ávida.
Sou como chuva, calma e calada...
Ou como a tempestade que devasta sem deixar nada...
Penso que assim sou, em outras ocasiões,
Nem ao menos lembro me de meu nome.
Sou feita da própria ironia...
Meus caminhos tortuosos, tão cheios de encalços...
Mudo meu rumo no meio da esquina.
Olho para o espelho e me vejo em mil.
Tantas e tantas faces, qual delas será realmente a minha?
Na verdade, sou todas elas.
Uma a uma reconhecendo seu tempo.
Às vezes finjo, digo que não sou assim.
Mas como dizer que não se sou as mil em mim?
Fico olhando para o nada com uma expressão boba,
Sorrio, digo não ser nada...
Passam se segundos e aos meus olhos vêm lágrimas...
Indigno me!
Sou louca, sou apaixonada...
Revolto me em ser assim, mas amo ser as mil em mim!
Reconheces me? Acredito que não, já mudei tanto...
Aquela garotinha dá lugar a uma mulher, eu cresci.
Mas ela ainda habita aqui...
Faço poemas, loucuras, burradas, não gosto das métricas e regras,
Elas existem para serem quebradas!
Talvez eu seja uma exceção... Ou... Apenas mais uma entre as tantas...
Quanta pretensão, não?
Na verdade não importa!
O que sinto não muda a ordem nem os fatores.
O que vejo, sei que podes ver, vemos o que não esta aos nossos olhos.
E novamente me perdi!
Eis aqui meu mundo!
A mais pura confusão.
Minhas confissões ficam ocultas nas entrelinhas.
O meu ser, é assim, uma hora zomba, outrora foge de mim...
Ana Paula Quitério