quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A DANÇA DA PSIQUE


A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!

E então que a vaga dos instintos presos
- Mãe de esterilidades e cansaços -
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos

Subitamente a cerebral coréia
Pára. O cosmos sintético da Idéia
Surge. Emoções extraordinárias sinto

Arranco do meu crânio as nebulosas
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!

Augusto dos Anjos

3 comentários:

Renato disse...

Ana!!
Adorei o poema, aliás A.A. é maravilhoso sou fã dele...
Bjos!!!

NeO R. disse...

Não acredito com o que me deparo aqui... rsrsrs

"Vê, ninguém assitiu ao formidável
enterro de tua ultima quimera
somente a ingratidão, esta pantera,
foi a tua companheira inseparável.

[...]

Se ainda causa pena a tua chaga
apedreja esta mão vil que te afaga
e escarra nesta boca que te beija!"

Augusto dos Anjos. Cresci ouvindo ele da boca de meu pai, sobretudo este soneto que postei uns pedaços: "Versos íntimos".

Amei este teu post ana! Amei mesmo!!

=]

Marco Túlio disse...

To impressionado com esta poesia do Augusto..e com a foto.. ficou demais! Adorei.. bjos Ana