sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

ASA DE CORVO



Asa de corvos carniceiros, asa
De mau agouro que, nos doze meses,
Cobre às vezes o espaço e cobre ás vezes
O telhado de nossa própria casa...

Perseguido por todos os reveses,
É meu destino viver junto a essa asa,
Como a cinza que vive junto á brasa,
Como os Goncourts, como os irmãos siameses!

E com essa asa que eu faço este soneto
E a indústria humana faz o pano preto
Que as famílias de luto martiriza...

E ainda com essa asa extraordinária
Que a Morte - a costureira funerária
- Cose para o homem a última camisa!


Augusto dos Anjos

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O valor de uma amizade




Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido
por um grupo de missionários, foi atingido por um bombardeio.
Os missionários e duas crianças tiveram morte instantânea
e as restantes ficaram gravemente feridas.
Entre elas, uma menina de 8 anos, considerada em pior estado.
Foi necessário chamar ajuda por uma rádio e depois de algum tempo,
um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local.
Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria
devido aos traumatismos e à perda de sangue.

Era urgente fazer uma transfusão, mas como?
Após alguns testes rápidos com o próprio pessoal da equipe
de socorro, puderam perceber que ninguém ali possuía o sangue
que a menina precisava.
Reuniram, então, o povo da aldeia e, tentaram explicar
o que estava acontecendo, gesticulando,
“arranhando” o idioma que era difícil para eles.
Queriam dizer que
precisavam de um voluntário para doar sangue.
Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho
levantar-se timidamente.
Era um menino chamado Cheng.

Ele foi preparado às pressas ao lado da menina agonizante
e espetaram-lhe uma agulha na veia.
Ele se mantinha quietinho e com o olhar fixo no teto.
Passado um momento, Cheng deixou escapar um soluço e tapou
o rosto com a mão que estava livre.
O médico perguntou a ele se estava doendo e ele disse que não.
Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas.
O médico ficou preocupado e voltou a lhe perguntar,
e novamente o menino negou.
Os soluços ocasionais deram lugar a um choro
silencioso mas ininterrupto.
Era evidente que alguma coisa estava errada.
Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita
vinda de outra aldeia.
O médico, então, pediu que ela procurasse saber
o que estava acontecendo com o menino Cheng.

Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele
e explicando algumas coisas, e o rostinho do menino foi se aliviando…
minutos depois ele estava novamente tranqüilo.
A enfermeira então explicou aos americanos:
“Ele pensou que ia morrer.
Não tinha entendido direito o que vocês disseram e estava achando
que ia ter que dar todo o seu sangue para a menina não morrer”.
O médico se aproximou dele e com a ajuda da enfermeira perguntou:
“Mas, se era assim, por que então você se ofereceu
para doar seu sangue?”
E o menino respondeu:

ELA É MINHA AMIGA.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pensamentos...



I


Se às vezes me deparo pensando

Vejo aquela ponte...

O céu no tom do mais puro azul refletido na água

A brisa ainda leve de inicio de verão.

Sento me, ali sobre as pedras, toca a água com os pés...

E somente admiro a paisagem...

Olha para a ponte novamente

Vejo me vestida de branco sobre ela

Aproximo da borda e então já estou sobre ela

De costas para...

Apenas um impulso e o corpo a cair

O corpo somente cai, sem fim...

E o pensamento some...

Volto para o carro e sigo...

Mas este pensamento voltará toda vez que passar sobre aquela ponte.



II


Decidi tornar me sóbria, pois a loucura que consome tornou se a fúria em mim...
Procurei buscar do alto as respostas para perguntas que agora não fazem o menor sentido...
Caminhei por entre espinhos, rasgaram me a carne, fizeram feridas, algumas cicatrizaram, outras ainda sangram...
Sonhei... Ah doces sonhos... Se tornaram minha feliz realidade e meus tormentos noturnos...
Andei, cai, me levantei e continuo...



Ana paula Quitério

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A DANÇA DA PSIQUE


A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!

E então que a vaga dos instintos presos
- Mãe de esterilidades e cansaços -
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos

Subitamente a cerebral coréia
Pára. O cosmos sintético da Idéia
Surge. Emoções extraordinárias sinto

Arranco do meu crânio as nebulosas
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!

Augusto dos Anjos

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A promessa


Ao olhar te nos olhos

Farei minha promessa!

Seguirei te pelo vale das trevas,

Então segurarei tuas mãos quando o medo vir

E mesmo quando for escuridão,

Caminharei contigo...

Prometo nunca fazer te chorar

E se um dia eu o fizer... Perdoa-me!

Não sou perfeita!

E quando me chamar pelo nome

Irei correndo ao teu encontro...

Então me chama!

E quando tudo for solidão

Grite, grite bem alto, que daqui ouvirei tua voz,

E responderei: não estás só!

Quando disserem lhe que não vales nada

Feche os olhos e ouça a vozinha que diz:

- Você é o tesouro mais raro!

Quando tudo parecer perdido,

E o mundo desabar...

Olhe para o lado, e lá estarei para ajudar a reconstruí-lo!

Nas batalhas contra os inimigos

Serei o soldadinho raso para defender-te!

Estarei na linha do fronte contigo!

E se fores ferido,

Então ajudarei a limpar tuas feridas...

Não prometo cicatriza-las, mas pelo menos amenizá-las...

Nas noites perturbadoras, onde o desespero e o medo tomarem conta de ti,

Chegarei de mansinho, tocarei de leve teu rosto,

Enxugarei tuas lágrimas...

E ali ficaremos sentados,

Apenas olhando para teto.

Não precisa dizer me nada... Teu silêncio já me diz...

Prometo não me separar de ti!

Mesmo que o tempo ainda não nos ajude

Ou mesmo tente nos afastar,

Teu nome estará escrito em minha vida,

E aonde quer que eu vá

Levarei você em meu pensamento!

E quando não conseguir mais caminhar,

Então estarei ao teu lado para ajudar-te a voar...

Essa é minha promessa de amizade eterna!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Metamorfose




Eu tenho o cheiro da lua,

Tenho os traços das pinturas,

Tenho as múltiplas fases,

Sou metamorfose...

Se vedes meus olhos, me verás nua.

Saberás como sou...

Verás minha alma...

Não temo as malícias das palavras,

Nem o seu ardiloso veneno...

Não busco a eternidade...

Quero saborear a intensidade...

Se me vedes só. Busca me!

Tenho o dom das doces palavras,

E o tom fingidor das batalhas.

Tenho o meu eu que esconde pequena garota...

Sou água corrente todo dia...

Tenho na alma o feitio de menina,

No corpo a malícia feminina...

Meus lábios são o puro desejo do veneno,

Trazem a embriagues das paixões efêmeras,

E o sonho do doce amor...

Tenho o olhar da fera e da caça...

Sou presa! Sou predadora!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Medo


A tempestade que agora cai

Apagou os rastros que um dia deixei

Já não há como voltar

Dê me a tua mão

Estou com medo de seguir sozinha

Não deixe me aqui...

Não deixe me cair...

Essa noite parece não acabar

E essa vontade que não passa

Prolongando minhas noites nesse tormento

O medo constante de perder

Os olhos já umedecidos

E essa dor

Essa dor que parece arrancar me o fôlego

Rasgando a pele

Dilacerando a carne

Vai passar! Vai passar!

Os lábios rachados mostram a ferida que não cicatrizou...

E essa vontade de lançar me ao precipício

De embriagar me do mais mortífero veneno

Mas vai passar, sei que vai...

É somente mais um dia

Um dia...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

E hoje em dia, como é que se diz EU TE AMO???

E hoje me dia, como é que se diz EU TE AMO???

Apenas uma frase para se pensar!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ainda encontrarei...


Sei que de olhos fechados
Meu espírito encontra o teu.
E sem que tua face me reveles,
Tu és a melhor parte de mim...

Meu destino ao teu se enlaça.
E mesmo que nunca compreenda,
E mesmo que eu nunca compreenda,
Não preciso estar perto para sentir.

Nos sonhos tenho a certeza de que já vivi pra ti
Essa é a única verdade que ainda me resta...
Minha lucidez ainda atordoada
Procura por minha razão, por uma razão...

E penso incessantemente...
A resposta ainda tento encontrar.
Mesmo que em mil anos adormeça,
Minha alma ainda insiste em lhe buscar...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Em outro lugar



Em outro lugar nos sonhos

Lembranças de uma vida passada...

Em outro lugar onde a realidade é escondida

Onde as ilusões têm tom de vida

Espíritos reluzentes a dançar sobre a luz da lua

Em outro lugar que se esconde no horizonte

Anjos a cantar com os sons que faz as ondas

Ouça o lindo som do mar!

Em outro lugar onde a brisa é constante

O sol irradia o inebriante aroma da paz

Desperta do leito em que repousa...

Em outro lugar sobre as trilhas das constelações

O caminho mais perfeito da criação,

Resplandecente harmonia!

Em outro lugar além da cândida ternura

Coros de Arcanjos a tocar harpas mágicas

Em outro lugar que outrora foste véu de neblina

Agora doce recanto de magia

Em outro lugar... Distante...

Meu espírito então repousará

No etéreo céu desenhado por Deus.



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

SEJA UM IDIOTA



A idiotice é vital para a felicidade.

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?

hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o que elas farão se já não têm por que se desesperar?

Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.

Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu?

Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva.

Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.

Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.

Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são:
passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore,dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!

Arnaldo Jabor

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Quem é você?


Esses olhos acinzentados
Já não refletem mais o ser
Quem és? Quem és?
Já não a reconheço
Quem é você?
Um cristal partido e uma rosa despedaçada
Jogados ao chão
Essa embriagues
Esses risos atormentados de agonia
Meu sangue e minha alma escorrem pelo ralo...
Corra! Fuja!
Já não tem mais tempo...
Já é tarde...
Outra taça de vinho
Outros acordes no dedilhar do piano
E lá se vai o meu sono...
Hoje já não durmo, não penso, não hajo...
Olho a luz da lua,
Os vagantes pela rua
E eu aqui tão somente só
Fixa imagem no espelho,
Uma vida desperdiçada...
E grito:
-Lixo inútil! Nem a morte merece tal ser decrépito!
- Nem ti merece a vida!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Retrato




Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?



[Cecília Meireles]

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Histórias sem final feliz



Parte I

Ei menina chorona, o que está a pensar?
Debaixo da árvore de Ipê cavou um buraco...
O que vai enterrar?
Uma caixa de recordações
Um coração que já não bate mais no peito
As lágrimas que já não caem mais
Um gesto de alguém sem jeito
De quem um dia amou demais!


Parte II

De vitrines enfeitadas sua vida parece estar.
Menina dos olhos claros, um mundo neles parece passar...
Distante da Terra, em que universo está?
Expectadora de vidas utópicas
Pequena ilusionista a quem pretende enganar?
Cordial som de tua voz no leve sussurrar
De uma canção sem rimas...
Ah pequenina!
Esqueceram de lhe contar
Ces’t fine

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

REJEIÇÃO



Seu desprezo me consome
Não significo nada para você?
Meus sentimentos, minhas verdades, minhas palavras
São apenas pensamentos insanos, imorais,irracionais...

Seu olhar tão frio, e teu desprezo quando me vira as costas
Porque finge que está tudo bem?
Vejo em ti a vergonha em me ver assim...
A vergonha de mim...

Sou só mais uma garota mimada
Com problemas inventados
Apenas querendo chamar a atenção
Como a filha mal amada

Sou a amiga transfigurada
Em uma figura corrompida pelo tempo
Sou o próprio desalento

Sou a ovelha desgarrada
Que insiste por ser lembrada
A alma perdida sem motivos...
Não me ignore! Não me condene...

Tuas palavras me envenenam a alma, me matam
E já não posso negar que não tive culpa
Mas que culpa é essa que ainda não entendi?
Talvez essa culpa tenha nascido no mesmo dia em que nasci...

Ah! Se soubesse o quanto imploro por um gesto de carinho teu...
Se soubesse quantas vezes pensei na morte quando meu mundo desabou,
Quantas vezes ela passou tão perto de mim e você nem notou,
Quando só desejava um abraço seu...

Ainda hoje não encontrei meu lugar
Não faço parte de tua vida
Não faço parte de vida alguma
Eu não pedi pela vida...

Eu sei! Não é certo lhe implorar para me amar...
Mas será tão errado assim eu sonhar?

Tantas noites chorei, e ninguém me ouviu
Nos tormentos, nos medos, nas dores
Onde estava quando mais precisei de ti?

Não notou as noites que chorei contigo?
As noites que chorei por ti?
Não me notas nem quando eu estou aqui...
Nem notas essas lágrimas nesse rosto desbotado...

Se um dia eu sumir, não pense que foi por ingratidão!
Foi por apenas não suportar mais toda essa rejeição...





Realmente não estou bem...
E esse sentimento esta insuportável... Essa tristeza e essa dor parece que não vão passar...
O que escrevi, talvez expresse um pouco o que sinto... Talvez demonstre a dor que sinto por todos e ao mesmo tempo por mim mesma... =(

Não Mais


Eu não sou dona de mim,
Nem sou escrava ti.
Por tempos fechei meus olhos.
Acorrentada a ti eu fui,
E pensei ser você parte de mim.

Deixei que o teu véu negro cobrisse minhas noites,
Atormentada pela loucura, insanidade, devaneios,
Teus grilhões me prendiam,
O medo, a angustia, a dor...
E por vezes pensei não existir mais nada além dessa escuridão...

Tuas correntes não me prendem mais,
Agora são frágeis nós,
E mesmo que tente novamente me aprisionar,
Em tuas palavras venenosas, ardilosas,
Não mais acreditarei.

Como um sol que invade um quarto escuro
Um arcanjo de luz a mim tocou
Abriu a janela de mim’alma,
E desse pesadelo profundo me despertou...

Desta torre onde me fez refém,
Darei meu grito a liberdade
Você não faz parte de mim!
Não sou tua escrava, nem tua serva!

Não sei todas as respostas,
Mas quais eram as perguntas?
Seguirei o caminho embriagado de luz,
Esse tempo ainda não corrompido,
Teus horizontes destemidos.

Entregar-me-ei à vida,
Somente este coração me guiará
E feliz o dia em que lhe disse:
- Não mais!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Lua adversa




Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
Fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles


O poema mais completo que encontrei para descrever me...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A Raposa e o Lenhador




Existiu um Lenhador que acordava ás 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite.

Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.

Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho.

Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.

Os vizinhos do Lenhador alertavam que a Raposa era um bicho, um animal selvagem; e portando, não era confiável.

Quando ela sentisse fome comeria a criança.

O Lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem.

A raposa era sua amiga e jamais faria isso.

Os vizinhos insistiam:

- "Lenhador abra os olhos ! A Raposa vai comer seu filho."

- "Quando sentir fome, comerá seu filho ! "

Um dia o Lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários - ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensanguentada ...

O Lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa ...

Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranquilamente e ao lado do berço uma cobra morta ...

O Lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.

domingo, 7 de setembro de 2008

CAMÕES DE UM JEITO DIFERENTE





Vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões:

"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer".

Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação:

"Ah! Camões, se vivesses hoje em dia,
tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
consultavas a internet
e descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo!"

Ganhou nota dez. Foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era falta de mulher...

Lita obrigada por ter me enviado essa mensagem...
Adorei a interpretação e postei aqui...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Prece a um anjo



Vestido de negro nas noites está,

Um sorriso meio pálido

De intenso brilho no olhar. Distante.

Ah pequeno anjo! O que estás a pensar?


Nas noites turbulentas

Tem asas pequenas para voar.

Ah anjo meu! Que daqui partam todos esses tormentos, pensamentos.

Só tu tens a dádiva das trevas ofuscar.


Como pintura no tempo,

Um rosto de anjo desenhei...

Tão sereno e agitado

Ah Deus meu! Não deixe o brilho dessa face desbotar!


A esse lindo querubim queria ensinar lhe a voar...

E se assim não puder

Em teu vôo, presente quero estar...


Assim peço

Que desses olhos a chama não se apague...

Que por de trás dessa névoa... O sol brilhe.

Por de trás das lágrimas... Teu riso prevaleça.


E lindo anjo

Que desta prece

Nunca te esqueça...



Quando escrevi esse poema pensei que seria uma prece... E acabou se tornando um pedido...

Mas a pessoa para quem dedico esse poema não mudou...

Esse é para você meu anjinho... Meu lindo amigo Lucas Vagaluminho!!!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

(...)




Outrora quando aqui estive

Não lhe encontrei

Outrora quando a tua falta faz constante silêncio

Outrora quando chamei e nada ouvi além do ecoar da voz

E quando de mim precisou e quando a mim chamou

Estive aqui o tempo todo...

Quando nos tormentos encontrei

Quando o desespero fez se presente

Não me viste?

E agora que preciso de ti

Vê me?

Quando o desespero me tomou

Por ti esperei...

E nas noites chamei...

E com esse silencio me conformei...

Minha presença será constante mesmo que assim não veja...

E talvez quando por eu procurar

Então nas noites não mais me encontrará...




“Ás vezes nos esquecemos de dizer as pessoas o quanto elas são importantes em nossas vidas, por simplesmente imaginar que elas já sabem... Mas já parou para pensar que talvez ela queira ouvir isso de você?... Que uma simples palavra pode ser o que ela precisa no momento? Então não deixe de dizer um “eu te amo”, “você é especial”, “gosto de você” para as pessoas que você realmente gosta e considera especiais... Pois um dia, quando se der conta disso, pode ser tarde para dizer essas palavras...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Ismália




Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

Alphonsus de Guimaraens

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Um dia a gente aprende que...



Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que podem ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.
Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se; aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou; aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.


Willian Shakespeare

PS.: Grifei as passagens que mais gostei!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Alma de poeta


Aquelas pessoas por quem tenho grande admiração, pelo seu jeito de ser e de se expressarem... Por terem esse dom maravilhoso de serem verdadeiros poetas!!!

Algumas delas são vocês: Lucas, Renato, Ju, Van e minha irmã raposa Little Fox.


Meu eu fingidor, meu eu da dor.

As palavras que escrevo

Partiram de minha alma.

Quem me dera não sentir a dor

Deste nobre ser sonhador.


Nas entrelinhas de um poema,

Uso as palavras escritas pelas que não foram ditas

Meus segredos não revelados,

Meus murmúrios de alegria, minhas fantasias,

Meu ser ferido, o meu eu escondido.


Nessas linhas compartilho quem sou,

Por elas conhecei me.

Sou assim como me vês.

Sou assim como lês.

Sou apenas poeta.